A Sociedade está podre

Há uns tempos escrevi um texto sobre o amor. Para os mais desatentos poderia parecer um desabafo dorido mas era um grito de esperança. Sempre acreditei nas emoções e continuo a lutar por elas. Hoje quero partilhar esse texto porque acho que outros podem ganhar forças onde eu já tive fraquezas, espero que sirva para inspirar a mimar aquela pessoa especial, a lembrá-la todos os dias o que se sente e não deixar de acreditar que existe vida além desta sociedade hipócrita e consumista.

A mascara caiu. A dor imensa corta-me por dentro deixando-me deitado sem conseguir mexer um único músculo. Arde-me o peito ao respirar e tremem-me os olhos das lágrimas que querem rebentar e a raiva não deixa. Olho à volta e andam todos numa espiral de loucura em busca de um Santo Gral a que chamam amor. O passaporte para uma vida eterna dizem uns, um sorriso para cada manhã, um calor de alma ou simplesmente aquele brilho nos olhos quando tudo à volta parece estar destruído.

Eu já senti tudo isso, já tremi com uma voz a sussurrar-me junto à pele, já suei com um toque, já morri e nasci com um olhar, e porquê? Para que dá-nos a vida sonhos e fantasias, paixões, ilusões e magias para depois nos mostrar que tudo não passa de uma encenação merecedora de um Oscar hollywoodesco. Quem chora de felicidade não está a fazer mais que antecipar o sentimento correcto para poder chorar.

A nossa sociedade é de consumo, de escolhas fashion e de fast food e as relações são tudo isso, uma escolha de aparência que se consome como um hambúrguer e no final se deita o papel fora como se nada fosse importante, como se os momentos juntos, os sonhos ou as mentiras que os nossos ouvidos escutam como verdades absolutas não contassem. Para que sonhar se existe sempre uma manhã nublada em que o despertador toca e nos mostra que a cama está fria e vazia, para quê promessas e falsas verdades se o inferno delas está cheio.

Hoje banalizou-se a palavra amor e a expressão “eu amo-te”. Basta um carro, uma camisa, uma carreira ou um simples engano e tudo é amor e paixão. De nada vale a entrega, o romantismo, o viver com o outro no pensamento porque no final a vida escolhe os melhores segundo um critério podre e nojento. Ninguém olha a sentimentos, escolhem-se “amores” como se escolhe aquela peça de roupa que mais ninguém tem, da marca da moda que todos invejam e que serve enquanto está in e enquanto usá-la significa status, entradas em festas e uma vida de luxo e opulência.

Já sabia que a vida não era justa nas oportunidades, que nem todos podiam triunfar e que esse critério quase nunca é a capacidade de cada um mas sim o seu passado, o seu apelido ou a forma como a sua fortuna o beija pela manhã. Já repudiava esta forma da nossa sociedade e agora vejo isso naquilo que eu sonhava puro, no que me fazia acreditar que algo tinha um sentido e um significado.

Já ninguém ama, já não se sente paixão e de nada serve um sorriso sincero quando não se consegue “comprar” aquele lugar especial naquele restaurante onde a comida sabe a pó mas saiu na revista onde todos aqueles vazios por dentro passeiam as suas roupas, os seus carros e a sua ignorância.

Odeio esta sociedade e sei que ela também não gosta de mim mas não me rendo. Não vou desistir de sofrer por um amor, de buscá-lo como um diamante e de dormir a sonhar que um dia vou ser feliz. Não sinto raiva da vida, sinto apenas nojo das pessoas que dela fazem parte, respirando à minha volta como abutres que voam para longe quando a carne já não está agarrada aos meus ossos.

Hoje estou a sofrer, ontem estava a sofrer e amanha vou de certeza estar a sofrer, mas um dia, um qualquer dia, por um minuto que seja vou voltar a sorrir com um calor no peito que jóias, carros, casas e barcos não conseguem comprar.

República

...Será que alguém se mexe?

Um amigo escrevia a propósito de Cavaco ser Presidente de todos os portugueses que não sentia representado por este nem por qualquer outro porque esta, para começar, não era sua República. A sua República é livre, sem regras, cheia de sonhos e ilusões e que choca de forma dura com a realidade. Acho que todos gostávamos de ter a força para ter uma República como a do meu amigo mas contentamo-nos em viver na que nos é imposta. Tudo isto me fez recordar as Repúblicas gregas e romanas e todos aqueles ideais e sonhos que as construíram e que ao mesmo tempo as destruíram.

A sociedade evoluiu, a democracia é hoje, dizem os entendidos, o sistema político mais justo e as “Repúblicas” morreram. Hoje já não há escravos mas a liberdade é uma ilusão, mas será que alguém se mexe? Hoje já não há presos por pensarem de forma diferente ou nunca como agora se foi tão hipócrita, mas será que alguém se mexe? Hoje luta-se contra a fome mas morre-se por migalhas, mas será que alguém se mexe? Hoje combate-se o crime mas não há mais segurança, mas será que alguém se mexe? Hoje as crianças têm mais direitos mas nunca como agora tantas morreram às mãos do Mundo, mas alguém se mexe? A democracia trouxe Liberdade e Igualdade, valores de esquerda dizem algumas vozes menos “espertas”, valores básicos dizem outras, Humanidade digo eu mas será que alguém se mexe?

O meu amigo chora quando olha para a “nossa” República e eu choro com ele e lembro que a sua República podia ser a de todos, mas será que alguém se mexe? Viva a República com todas as suas regras e vícios dizem uns, abaixo os políticos gritam outros com o peso de todos os outros nas suas costas. A sociedade não mudou muito em tantos séculos de “evolução” e será que alguém se mexe? Será que é realmente importante evitar a morte de uma criança? Será um sorriso mais forte que uma arma? Haverá riqueza maior que uma vida? Eu acredito que sim, mas será que alguém se mexe?

Cavaco Presidente

Eleições Presidenciais… ou talvez não.

Com a eleição ontem do novo Presidente fecha um ciclo político importante e que merece por essa mesma importância uma reflexão mais atenta. Umas eleições presidenciais suscitam sempre paixões e ódios mas nenhuma como esta poderia fazer nascer tanta tensão. Tínhamos como velhos adversários com mais de 20 anos de história, tínhamos grandes amigos transformados em adversários, tínhamos partidos novos e novos partidos e os candidatos de sempre (ou talvez não).

Comecemos pelo princípio, ou seja, pela pré-campanha. Esta foi longa, talvez excessivamente longa e curiosamente (ou não) pouco esclarecedora. Ficámos a saber que o Soares não gostava do Cavaco e que este não falava do assunto, que o Alegre não queria que o Cavaco ganhasse e que este não falava do assunto, que Louça e Jerónimo temiam um Portugal com Cavaco e que este não falava do assunto e ainda que Soares e Alegre já não gostavam um do outro mas ambos não falavam do assunto. Foi assim uma pré-campanha que durou alguns meses mas que apenas foi mais do mesmo e que ninguém falava sobre nada. Os debates chegaram ainda na pré-campanha (estranho…ou talvez não) e trouxeram um Cavaco preso a um discurso sereno mas não arrebatador e aos outros com um discurso destrutivo contra Cavaco mas em nada construtivo para Portugal. O calendário avançava e não se debatiam ideias e isso era estranho (ou talvez não).

Chegou a campanha e já estavam todos cansados, até o povo. O único com força era Garcia Pereira, também porque verdade seja dita não tinha feito pré-campanha e a única campanha que fazia era dizer mal das televisões por não o terem chamado aos debates. O povo estava enfadado e o circo romano que se esperava desde o início não acontecia. Lá tivemos uma gafe do Soares, uma careta do Cavaco e um ou dois poemas do Alegre mas nada mais. Verdade seja dita a campanha foi uma seca. O Cavaco não falava, o Soares só falava mal, o Alegre só fez homenagens e visitou cemitérios, e os outros três ocupavam tempo de antena, tempo que o Sr. José da mercearia achava que mais valia serem dados ao seu Benfica. Na minha opinião o país arrastou-se até ao dia das eleições e a afluência foi grande para ver se despachávamos isto à primeira. Acredito hoje que se existisse fantasmas de segundas voltas nas legislativas e autárquicas talvez os valores das abstenções baixassem, mas isso são contas para outro rosário (ou talvez não).

Cavaco ganhou, Ribeiro e Castro afirmou mesmo que “Portugal ganhou” mas acima de tudo ganhou com a táctica mais antiga e odiada do mundo do futebol, a velhinha táctica italiana de marcar um golo e não fazer mais nada a não ser defender. Cavaco ganhou peso e depois remeteu-se ao silêncio e não houve combate, não se debateu ideias, nem sequer tivemos um arrufo que fosse (ou talvez não).

E assim temos o primeiro Presidente de direita após 25 de Abril, ou talvez não….

Bloco à Direita?

Estava eu tranquilamente a fazer compras no El Corte Inglês quando o meu olhar apurado se fixou numa cara conhecida do nosso parlamento, a deputada bloquista Ana Drago num corropio de consumismo capitalista. Confesso que ao início ainda achei que estava a ver mal mas uma aproximação cuidada, não fosse começar a tentar a bloquista influenciar o meu voto, e pude confirmar que era realmente aquela mente totalmente contra os valores de mercado que ali estava no expoente máximo do consumismo ocidental.

Depois de algumas voltas segui em direcção à minha próxima paragem um café muito em voga dentro da classe jovem do nosso Portugal de direita, fashion, consumista e elegante. Qual não é o meu espanto quando na porta do referido estabelecimento numa das mais caras avenidas da capital um grupo de quatro jovens bloquistas colavam cartazes do candidato Louça enquanto tentavam "evangilizar" quem entrava. Fiquei atónito, então enquanto aqueles desgraçados ficavam com as mãos cheias de cola e de pedaços de posters mal cortados e massacravam os degraçados dos betos a líder do partido comprava roupa no El Corte. Isto na antiga Russia e a camarada ia direitinha para a Sibéria. Já sabia que o Bloco queria apropriar-se dos jovens e do título de lideres da juventude agora atacarem os pontos de consumo e de capitalismo isso não antevia nem nos meus mais longiquos pensamentos. Estará a Esquerda a virar à Direita ou serão os valores de esquerda demasiado chatos quando se sobe um pouco no aparelho. A Deputada usa t-shirt preta isso é verdade mas é Pepe Jeans e a combinar com uns ténis Timberland e já ninguém me tira da cabeça que o Louça anda a fumar com mortalhas Ralph Lauren.

Indignação Policial

Quando os agentes passam a vítimas

Já há algum tempo que me apetecia escrever sobre este tema mas não existia ligação a Lisboa, ligação que se calhar não era precisa pela importância do tema. Infelizmente o dia de ontem deu-me a oportunidade e a ligação que faltava. No espaço de apenas um mês Portugal chorou a morte de um agente da PSP e viu mais três agentes da GNR entrarem em estado grave nos hospitais públicos. Não era necessário o incidente de ontem em Alcântara para que os factos nos tocassem mas quando algo tão mau acontece tantas vezes há necessidade de gritar um basta.

Quando estão a cumprir o seu dever, arriscando a vida pela segurança de todos nós, homens de família são tolhidos por circunstâncias da vida e ninguém faz nada. Os media fazem o seu papel mas perdoem-me a magoa nas palavras, mas quando um agente da lei erra o “grito” dos jornalistas e da opinião pública é bem maior. Que mais terá de acontecer para nos preocuparmos com o assunto? Quantos mais terão de morrer?

As forças da lei existem para o bem de todos e temos de lhes dar condições para fazerem o seu trabalho. O Estado e o Governo são os principais impulsionadores de todas essas condições necessárias mas não são os únicos, a sociedade civil têm um papel a desempenhar em todo este processo, a sociedade civil também têm um compromisso, nós também desempenhamos um papel. Temos a obrigação de os proteger, de os defender, de compreender os seus erros (atenção que compreender não significa deixar de os punir) e de lhes dar condições porque cada vez que esses homens saem para a rua saem por nós, cada vez que um caí na mira de uma qualquer arma caí com um tiro que poderia ser para um de nós.

Portugal na Times Magazine

"WE ARE NOT ALONE"

Soube de fonte segura que esteve esta semana em Lisboa um reporter da famosa revista Times. Os norte americanos ficaram maravilhados com uma autentica jóia da vida social portuguesa e vieram investigar, falo obviamente de José Castelo Branco. Não vou cair na tentação fácil de fazer piadas com as escolhas sexuais do tio até porque não teria espaço no blog para isso mas vou-me centrar na reportagem da prestigiada revista. Deixo-vos aqui em primeira mão o titulo da capa e algumas das respostas a algumas das perguntas. O titulo que consta por cima da fotografia de Castelo Branco é: "We are not alone (Não estamos sozinhos)".

Abrindo a revista podemos encontrar algumas páginas dedicadas ao rei do jet set portugues. Numa foto em tons de leopardo, que fica sempre bem numa altura em que as principais celebridades combatem o uso das peles, José Castelo Branco aparece sorridente e bem disposto, desejoso por mais uma dose de protagonismo. A reportagem começa com um directo:

"Caro José existe mais algum como você entre nós?". A resposta é directa e curta "Claro que não, sou único." E assim continua Portugal a dar novos mundos ao mundo.

Hoje casei-me com o Mar

Hoje casei-me com o mar.

Saí de casa e olhei-o com exaustão. Ele estava onde sempre está, altivo, potente e branco, daquele branco forte que ilumina uma sala e que fere ao olhar. Ao ver-me bateu violentamente nas rochas como um qualquer ritual de acasalamento. Com o Sol como padrinho cedi aos seus pedidos e deixei-me perder no horizonte pelo aquele cantinho de espuma, cor, água, luz, magia ou simplesmente ele, o mesmo ele que me fez mudar a vida, que me fez sonhar e que já me viu chorar, o mesmo ele que sempre esteve lá quando eu precisei e que se escondeu de mim quando eu estava bem, o mesmo ele que agora me recebe de braços abertos, os mesmos braços que se abrem quando eu quero partir e deixá-lo sozinho. Não sou egoísta mas aquele é o meu mar e ele deixa-me ser livre, tal como ele que corre livremente para mim. Hoje casei-me com o mar.

Mega Operação - Notícia Lusa

Segundo a Lusa:

"Duzentos agentes da Brigada de Trânsito da PSP de Lisboa controlam todas as entradas e saídas da 2ª circular, em Lisboa, ao longo de seis quilómetros, numa mega-operação que começou às 23h00 de ontem. A operação de trânsito, que envolveu doze postos de controlo, provocou um grande engarrafamento nos dois sentidos da 2ª circular desde o Prior-Velho até à zona do radar do aeroporto, mesmo em frente às bombas de gasolina situadas no local, porque só uma faixa está aberta para cada um dos sentidos. O objectivo desta operação era, segundo uma fonte da PSP, "controlar todas as infracções, nomeadamente carros modificados (tunning) e (excesso de) álcool, à excepção de excesso de velocidade". Até ao momento foram autuados vários condutores de carros modificados, na sua grande maioria jovens do sexo masculino. Na minha opinião a operação foi mal montada e excessiva. Se o objectivo era apanhar os veiculos a baixa velocidade e com apenas uma faixa a andar de cada vez não eram precisos 200 polícias e seis barreiras policiais, bastavam ter feito a operação às 8h00 de um qualquer dia útil, mas isso sou apenas eu a pensar alto...
"Esta operação visa apanhar os condutores que pratiquem tunning e street racing que muitas vezes cometem disparates na 2ª circular", referiu a mesma fonte da PSP. No posto de controlo situado junto ao radar do aeroporto foram apreendidas, em duas horas de operação, dezoito viaturas modificadas." Mais uma vez não entendo. Se o objectivo era "agarrar" os veiculos transformados na zona do aeroporto, porque é que os polícias em vez de esperarem os condutores e apanharem dezoito carros não foram às garagens onde os carros são modificados atrás do aeroporto e apanhavam todos!!..

Para quem apenas queria ir beber um copo à zona da Expo fica o recado, além do tradicional "se conduzir não beba" temos agora mais um lema "se não vir ninguem de bigode no café da rua a ver o futebol, não conduza, nessa noite há uma mega operação"

TPM 2 - "As peixas engolem"

Na sequência do meu post sobre a TPM foi-me frisado que os homens são muito mais piegas por natureza, enquanto as mulheres são efectivamente o sexo forte. Aliás foi-me realçado, numa tentativa de sublinhar fortemente o seu ponto de vista, que a própria natureza tinha identificado o sexo feminino como o sexo forte visto ser a mulher a dar à luz. Este é já um argumento antigo e comum a muitas discussões e dissertações sobre o tema, ou seja o homem não dá à luz por natureza fisiológica logo somos uma cambada de maricas.

Caras amigas só lamento que só olhem para a natureza por esse prisma porque eu posso indicar algumas dicas da mãe natureza de outras espécies e que são excelentes exemplos do mundo em que vivemos. Numa época em que tanto se fala na gripe das aves não poderia começar sem falar dos galináceos. A natureza deu a alguns a capacidade de voar outros nem por isso mas todos reproduzem da mesma forma põem ovos. Admito que deve ser difícil, não é muito natural sair um ovo por tal sítio mas já viram os maricas dos machos dos galináceos? Além de ser um para várias fêmeas sempre que fazem amor é anal! Ah pois é amigas para a mãe natureza isto é normal!

Outra família admirável no mundo animal são os peixes. Conhecem algo mais maravilhoso que andar debaixo de água sem necessidade de vir ao de cimo respirar e poder partilhar todas aquelas belezas do fundo dos nossos oceanos? É realmente especial mas já pensaram como reproduzem os peixes? Pois bem, segundo o canal NG os peixes machos ejaculam para a água e as fêmeas engolem juntando esse esperma aos seus óvulos. Leram bem amigos, as "peixas" engolem!!

Ora eu podia continuar mas a prudência e o bom senso pedem-me para parar. Realmente se olharmos bem os machos são mesmos maricas e as fêmeas fortes mas continuo a achar que a nossa TPM dói muito mais e depois destes exemplos da mãe natureza ainda reforço que a nossa não acaba com a idade, agrava-se ;)

A Sexualidade Política

Este ano comecei com uma dúvida política séria e que me tem vindo a preocupar algumas horas por dia. Bem, alguns minutos ao dia. Pronto, alguns segundos e não todos os dias. O Eng. Sócrates foi em Agosto de férias para um safari numa estância luxuosa no Quénia. Agora lesionou-se enquanto esquiava na Suíça. Não ponho em causa a legitimidade do Primeiro Ministro fazer as férias que quer até porque sei que ele já o podia fazer antes de ocupar o cargo, nem sou daqueles que o condena moralmente por aumentar a função pública abaixo da inflação e depois fazer férias de luxo porque os aumentos baixos também o afectam a ele. A minha questão prende-se com uma dúvida bem mais primária que tudo isso: Será Sócrates socialista?

Para quem olha à primeira vista, pode enganar. É amigo de Guterres, já tinha feito parte de outros governos socialistas e até é militante do partido mas olhando mais de perto podemos observar algumas características que não deixam dúvidas. Vive num prédio de luxo numa artéria das mais caras da cidade de Lisboa, ao contrário do anterior Primeiro Ministro, coitado, que tinha de viver na residência oficial porque nem casa tinha. Só veste fatos italianos e combina as gravatas com os botões de punho. Usa anéis e passa férias em locais requintados e luxuosos. Vou mesmo mais longe e arrisco que se não fosse o cargo que ocupa até poderíamos ter um Sócrates metrosexual em vez de político.

Tudo isto me preocupa, onde estão os socialistas? O Sampaio joga golf, o Alegre é fã de caça, o José Lello, além do excesso de consoantes no apelido, não larga os charutos. O que é feito dos homens do punho e da rosa? Será que se perderam nos corredores do poder? E já agora, se a Social Democracia é um caminho para o Socialismo será que ainda vamos ver o Cavaco a vestir fatos Boss e a usar anéis numas férias às Seychelles, que como se sabe é um destino chique até porque têm dois ll?s no nome.Meus amigos, temos um Primeiro Ministro metrosexual, os socialistas são elitistas, o líder dos comunas usa gravata, o líder do Bloco já usa casaco e pior ainda é mesmo seu, e o líder do PSD já veste o 32 e qualquer dia até já começa a falar. Se isto não é motivo para eu me preocupar neste início de ano, o que será?Deixo as minhas últimas linhas para um reparo a alguns comentários que têm sido feitos nos últimos dias devido a uma notícia do Expresso que afirmava que um milhão de portugueses é gay. Fala-se muito em lobby gay e em como isso é mau. Caríssimos, o lobby gay tem alguns anos mas muitos menos que o lobby hetero que continua a dominar na maioria das empresas.

Surpresos? Nunca ouviram a velha frase: aquela (ou aquele) subiu na horizontal? Pois bem, esse é o lobby hetero e garanto-vos que continua a dominar não só a cena empresarial como a vida em geral. Já agora uma nota: já viram aqueles que conseguem jogar nos dois lobby's? Pois, com um pouco de sorte e tem queda para Primeiro Ministro...e já vão dois...e seguidos;).

TPM

Há uns dias atrás uma amiga apresentou-me um novo conceito: a TPM, segundo ela, Tensão Pré Menstrual. Esta seria o causador de elevados niveis de stress e ansiedade nos dias que antecedem a menstruação, provocando irritação e mau humor em todas as mulheres. Ora depois de muito debater a questão na minha cabeça cheguei à conclusão que os homens também sofrem de TPM e numa escala bem mais grave que as mulheres. Se no caso feminino a TPM provoca mau humor não afectando somente a elas mas a nós também, aliás a nós em particular, o stress e ansiedade passa ao fim de alguns dias, com algum desconforto físico é certo, mas passa.

Já a TPM do homem (Tensão Pré Matrimonial) não dura apenas um ou dois dias dura semanas, às vezes meses, afecta-nos só a nós enquanto elas estão nas nuvens nem sentido muitas vezes a TPM a que tinham direito e ao contrário delas não nos passa com a dor fisica. Não!! Após o acontecimento os sintomas no homem agravam-se e tendem a perdurar até...à eternidade!!!

Por isso carissimas, da próxima vez que usarem a TPM como desculpa para o mau feitio lembrem-se que a nossa TPM nos desculpa muito mais e dura, dura, dura....

Força Rapazes!!!

Sexta Feira 13

O dia hoje acordou estranho, talvez por ser sexta feira treze, talvez apenas por ser sexta feira não sei, mas, acordou estranho com algo no ar, e não me refiro a nenhum cheiro menos delicado. Habitualmente as sextas feiras treze costumam-me trazer sorte por isso espero um dia calmo.

Olhando rapidamente para os jornais do dia vejo que tudo continua na mesma, o Simão não saí do Benfica agora mas poderá sair no futuro, o Isaltino foi formalmente acusado de corrupção, branqueamento de capitais e abuso de poder mas continua Presidente de Câmara e o Louçã continua a não usar gravata.

Aliás acerca deste tema eu tenho a minha própria teoria, eu acho que os bloquistas não usam gravata por uma falha na confecção das mesmas. Ora como todos sabem, ou pelo menos os homens, e algumas mulheres que de fato ficam bem sexys, as gravatas não têm bolsos, têm uma pequena fita atrás para prender parte da gravata que não fica visível e nada mais. Ora esta ausência de bolsos inviabiliza o transporte de objectos essenciais na vida de um bloquista como as mortalhas ou o tabaco de enrolar, tornando assim as gravatas um acessório incomodo e de uso desnecessário. Não deixo no entanto de temer uma revolução no partido dos inconformados permanentes. A explicação para esta teoria é simples, se o jovem bloquista para trabalhar na caixa de um supermercado tem de usar gravata como é que lhe explicam que para ser deputado da nação já não é necessário? Já imaginaram se fossem recebidos num banco por um indivíduo em mangas de camisa, ou um policia de camisa e polo os mandasse parar, caía o Carmo e a Trindade, agora um deputado de camisa de manga curta ah isso está bem.

A segunda notícia do dia é Isaltino, aqui volto a não ver nada de especial. Temos um Presidente de Câmara acusado de no mandato anterior ter sido corrupto e ter abusado de poder e mesmo assim estar em funções, é normal. A única diferença é que este não fugiu para o Brasil e não tem um penteado ridículo do género Madame de casa duvidosa. Segundo consegui apurar o caso não vai dar em nada porque o dinheiro não é dele é de um sobrinho, os charutos não são dele e aliás o cabelo também não é dele, esta será, aliás, a explicação mais provável para aquele penteado ridículo.

Finalmente a novela Simão. Pois é caríssimos quem queria o menino bonito fora da luz vai ter de esperar mais uns meses mas isso só para quem não percebe de futebol é que era uma possibilidade. Alguma vez uma equipa sensata compra no mercado de Inverno dois extremos esquerdos para depois não vender o extremo esquerdo que já tinha? Bom, deixemo-nos de histórias o que interessa é o capitão continua no Glorioso e o resto são histórias de folhetim o que aliás em Portugal são o prato do dia dos nossos jornais. Já agora deixo-vos a verdadeira razão pela qual o Benfica não deixa sair o Simão e ele continua capitão de equipa. Não, não é por ele ser o melhor jogador ou marcador é por ele ser dos poucos que consegue responder a duas perguntas sem usar mais de 5 vezes as palavras portantos, quaisqueres e prontos. Além disso este grande jogador consegue fazer prognósticos ainda antes do jogo, embora nem sempre acerte mas já é um grande avanço em relação a outros que apenas faziam prognósticos após os jogos.

A todos uma boa sexta feira e que o treze vos traga sorte!