Tuesday, June 27, 2006

Estou ansioso

Ansioso, profundamente ansioso. As unhas roídas já há muito se esgotaram e dão agora lugar a tiques irreflectidos que repito para aliviar a tensão. A pressão que sinto é enorme e por mais que não queira sinto-me nervoso. A minha experiência e maturidade profissional devia conseguir manter-me os pés no chão e faço um esforço contínuo para isso. Olho mil vezes o relógio e confiro cem vezes se o telefone está bem ligado e com rede. Uma chamada, uma só chamada é o que falta e o que me separa de um objectivo que nos últimos dias passou de sonho a quase realidade, para novamente sonho e agora novamente quase realidade.
A ansiedade consomo-me, deixa-me esgotado e degastado, cansado de horas sem descansar e de muitos pensamentos elaborados. As conversas andam todas em torno do mesmo tópico e por mais que queira não consigo dar atenção aos temas dos outros. É quase como se todos tivessem de participar nesta loucura que por ser minha já é normal. Seria de estranhar um processo simples. Bem me recordo o que aconteceu em 2001 quando já com o contracto assinado estive quase a não ficar e só uma reunião de emergência em casa de um director geral salvaram a situação. Bem me recordo de 2002 onde as decisões foram tomadas à mesa de um restaurante da baixa e nem a certeza da nomeação me tirou os nervos da votação sobre o meu nome. E o que dizer da guerra de nervos de 2004 onde a incerteza ficou até ao fim. A minha carreira tem sido feita assim, de nervos, de ansiedades e de cenários de última hora. Se calhar não queria que fosse diferente, se calhar não me saiam as coisas tão bem se tudo fosse certinho e direito. Estou confiante mas ansioso e a única coisa que peço é que o telefone toque e a loucura que têm sido este último mês tenha um desfecho num apoteótico e extasiante final.

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