Friday, April 07, 2006

A tua praia


Desembarquei de um barco de nevoeiro, por entre nuvens de algodão e açucar. Com todas as constelações como madrinhas, como se Deus tivesse acendido milhões de velas no meu céu, toquei naquelas águas quentes e limpidas, de um verde tão esverdeado que fere o olhar a quem se atreve a tal deslumbramento. Andei sobre a água até chegar à tua praia. Recebeste-me numa enseada de areia e magia, doce, linda e nua, abriste o teu mapa para que não me perdesse nos fios de cabelos que deixaste pendurados em pequenos castelos de areia que desenhaste para mim.

Descalço-me para te sentir melhor. A tua areia está humida e quente, molhando os meus pés e brincando com os meus dedos. Puxo as calças brancas para cima e dou-te a camisa que já transpirava junto ao meu corpo. De forma gentil e apaixonada colocas um fio de missangas no meu pescoço, como me marcando pela paixão, uma paixão que só nós sentimos e que apenas na tua praia temos coragem para a mostrar.

Encostamo-nos a uma das árvores que com paixão plantaste junto à costa e perdemos os olhares no recife de coral que canta para nós uma canção só nossa mas que quero gritar para que todo o mundo possa ouvir. Partilhamos água de coco e trocamos beijos eternos. Os teus lábios são macios como a tua pele, transpiram sedução e molham-me de prazer. A tua língua brinca agora no meu pescoço e os meus olhos fecham-se num turbilhão de emoções e sensações que apenas pensava existirem em sonhos. Perco as minhas mãos na tua cintura e faço-te perder a roupa que ainda tinhas agarrada ao corpo. Desces pelo meu peito nu e arrepiado e soltas o teu cabelo no meu umbigo enquanto as minhas mãos se perdem agora nas tuas longas costas. Puxo-te para mim e já deitados na areia beijo as tuas pernas. Gemes de prazer enquanto murmuras com força o meu nome. Tudo agora é nosso cumplice e as rochas libertam as ondas que o mar quer fazer chover sobre nós. A lua esconde-se de vergonha no céu e até as estrelas coram ao olharem para o nosso amor. Finalmente numa volta de ballet deixo o meu braço esconder-se nas tuas costas e faço-te minha enquanto choras de emoção e juntas ao meu suor as tuas lágrimas.

Trocamos paixões por toda a noite e só paramos quando o sol nos cumprimenta com a manhã. Com um toque de mar deixamo-nos cair esgotados sobre uma toalha de palha colocada por ti no meio da praia e fechamos os olhos enquanto as nossas mãos se juntam tímidas e unidas pela força do nosso amor. Naquele momento senti-me perto de Deus e morria nos teus braços com um sorriso nos lábios. Senti-me a sonhar e naveguei por todos os teus recantos com os meus pensamentos. Fiz-te minha outra vez em sonhos e mostrei-te como era só teu para toda a eternidade. Quando acordei a praia estava vazia, tinhas fugido para onde sabias que eu poderia sempre encontrar-te. Na minha alma cravaste o teu amor e apartir dessa noite em cada grão de areia que piso, em cada onda que nado, em cada lua que beijo encontro o teu amor.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Na minha mente, um turbilhão de boas recordações passadas numa excelente praia do nordeste brasileiro, em vez de sonho foram uma realidade inesquecivel!

02:29  

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